Secretaria de Cultura garante “fardas” novas para as Congadas de Juscelândia; Festejos serão em agosto

Há pelo menos dois anos os dançadores das Congadas de Juscelândia não recebiam colaboração do Governo de Goianésia para confecção das roupas chamadas de “fardas” dos dançadores das Congadas, manifestação folclórica que remonta a história de Fé dos escravos no Brasil.
Os festejos estão programados para acontecer entre 25 e 28 de agosto, quando pelo menos dois grupos de dançadores vão levar a história do Congado para as ruas do povoado Juscelândia em um rito que atrai uma multidão de pessoas até de outros Estados, pessoas que vêm ver de perto o bailado de cores, cantos e danças dos “ternos” (grupo de dançadores), Moçambique (grupo que representa os escravos negros) e Congo (grupo que representa a força do império no Brasil).
Depois de reunião com organizadores da festa do povoado, o Governo de Goianésia por meio da Secretaria de Cultura – SECULT – anunciou que não somente as “fardas” seriam entregues aos dançadores neste ano, como também toda a estrutura de palco e som seria disponibilizada para que os organizadores pudessem realizar shows musicais, realizando a parte social do evento.
Na quinta-feira, 08 de junho, o Capitão Balinha, do Congo, representando os demais dançadores, esteve na sede da SECULT localizada no Centro Cultural Berchiolina Rodrigues, para receber os vários metros de tecidos que serão transformados nas vestimentas para os dançadores.
“Quero agradecer ao nosso Prefeito Renato pelo apoio. Há dois anos, pelo menos, que a gente tinha que dar um jeito e comprar as fardas do nosso bolso, mas esse ano foi diferente. Quero agradecer também nosso secretário Túlio Menezes que está nos ajudando e muito”, disse o Capitão das Congadas.
Os festejos
No espetáculo religioso, realizado no povoado, enquanto os moçambicanos usam instrumentos simples, produzidos artesanalmente e entoam canções em devoção aos santos negros, como Santa Efigênia, São Benedito e, principalmente, Nossa Senhora do Rosário, os Congadeiros exibem instrumentos mais sofisticados e entoam músicas seculares em ritmos mais quentes e letras mais ousadas.
Todo o espetáculo remonta a história da libertação dos negros escravos a partir da Fé, quando acreditavam que uma Santa encontrada dentro de um Rio livraria todos da mão pesada do império.
No outro lado da história, o império tenta se confirmar como Poder máximo ao tentar fazer com que seus soldados, transvestidos de dançadores do Congo, tragam para a capela do vilarejo a imagem de Nossa Senhora do Rosário. Um espetáculo de Fé com fortes elementos da nossa Cultura Brasileira que neste ano voltou a ter o apoio do Governo de Goianésia.